ANEXO XI

EDUCAÇÃO

Excerto do livro “A Revolução Portuguesa e a Educação” de António Teodoro:

“O regime fascista tudo fez para transformar a escola portuguesa num instrumento de corrupção ideológica e de dominação fascista. Procurou inculcar nas crianças e nos jovens o respeito por uma hie-rarquia social e por valores que eram o reflexo de uma sociedade dominada pela grande burguesia. No plano intelectual, os programas de ensino, longe de suscitarem a actividade criadora e a inteligência crítica das crianças e dos jovens, apelavam predominantemente para a memória e para a reprodução passiva do aprendido. O ensino era livresco, divorciado da vida e da experiência. Procurava-se impedir o esclarecimento científico e tornar a juventude passiva e subserviente.

Este ensino abstrato caracterizava-se aliás pela sua elementaridade e desactualização científica. Durante dezenas de anos, a escolaridade obrigatória, para aqueles que a frequentavam, reduziu-se ao ensino primário de três classes, cujo aproveitamento final se limitava a «saber ler, escrever e contar e a exercer as virtudes morais e um vivo amor a Portugal» (Decreto nº 27279, de 24 de Novembro de 1936). Era muito pouco o que ficava de útil após a passagem pela escola.”