CAPÍTULO II

PROCESSO REVOLUCIONÁRIO

24. NACIONALIZAÇÕES

“E em sua pátria fizeram

o que deviam fazer:

ao seu povo devolveram

o que o povo tinha a haver:

Bancos seguros petróleos

que ficarão a render

ao invés dos monopólios

para o trabalho crescer.

Guindastes portos navios

e outras coisas para erguer

antenas centrais e fios

dum país que vai nascer.”

“As portas que Abril abriu” Ary dos Santos



Na sequência do golpe contra-revolucionário de 11 de Março de 1975, o processo político avançou, invertendo, pela submissão do poder económico ao poder político, toda a estrutura e tecido económico-financeiro do país.

Em 24 números do “Diário do Governo” nacionalizaram-se 240 empresas (Banca, Seguros, Electricidade, Siderurgia, Transportes Ferroviários, Marítimos e Aéreos, Cimentos, Tabacos, Transportes Urbanos, Vidro, Minas, Químicas, Cervejas, Estaleiros Navais, Rádio, Televisão, Pescas, Imprensa, etc).

No ANEXO IX, listam-se as principais empresas envolvidas no processo.

O livro O GRUPO ESTADO, da autoria de M. Belmira Martins e J. Chaves Rosa, editado pelo Jornal Expresso em Abril de 1979, contém uma análise e listagem completa das Sociedades do Sector Público Empresarial. Da Introdução, retiramos a seguinte frase:

“…um dia foi dito “ALTO!” aos que atiravam os dados, aos que sentados à mesa, com ou sem parceiros, cumprindo as regras ou ignorando-as, jogavam a seu belo prazer o “monopólio”, “a bolsa”, “o petróleo”, o “assalto” e a “glória”.”

Os sectores básicos da economia portuguesa, as grandes alavancas do Poder Económico, passaram para o domínio público e foram postas ao serviço do povo e do país. O Futuro dos portugueses estava agora mais nas suas mãos, nas mãos dos trabalhadores e do povo de Portugal.

O que foi feito de todo este imenso poder? Quem o desbaratou? Quem permitiu e quem entregou novamente o nosso Futuro nas mãos dos que, sentados à mesa, com ou sem parceiros, cumprindo as regras ou ignorando-as, jogaram a seu belo prazer o “monopólio”, a “bolsa”, o “petróleo”, o “assalto” e a “glória”?

São esses mesmos: os sucessivos governos PS,PSD,CDS que, ao longo de 38 anos arruinaram o país, venderam-lhe a alma e continuam a arrastá-lo agrilhoado às mãos de estrangeiros.

É tempo de dizermos “ALTO!”, por Portugal.