CAPÍTULO II

PROCESSO REVOLUCIONÁRIO

14. NOMEAÇÃO DO PRIMEIRO-MINISTRO VASCO GONÇALVES

(17 Julho de1974) - Nomeia Primeiro-ministro do Governo Provisório o coronel Vasco dos Santos Gonçalves (Decreto 336/74)

A nomeação de Vasco Gonçalves como 1º Ministro do II Governo Provisório, surge na sequência da exoneração, a seu pedido e após o fracasso da sua tentativa golpista, do Dr. Adelino da Palma Carlos, 1º Ministro do I Governo Provisório.

Quem era Vasco Gonçalves?

Nasceu em Lisboa em 3 de Maio de 1921.

Frequentou o liceu Camões e posteriormente a Faculdade de Ciências de Lisboa, tendo ingressado na Escola do Exército em 1942.

Oficial de Engenharia, à data do 25 de Abril de 1974 com o posto de coronel, com uma carreira militar brilhante. Cumpriu comissões de serviço na Índia, no final dos anos 50 e posteriormente em Angola, no início da década de 70.

Com forte formação política, com um percurso combativo de resistência ao fascismo, adere com entusiasmo ao MFA, na sua fase clandestina de formação, tendo mesmo desempenhado um papel de relevo e destaque no amadurecimento das ideias centrais, filosofia e redação do Programa do Movimento das Forças Armadas.

É estatutariamente sócio de mérito da Associação Conquistas da Revolução.

Neste dia, 17 de Julho de 1974, com a nomeação de Vasco Gonçalves como Primeiro-ministro do II Governo Provisório, deu-se início ao “período mais exaltante, inovador e criativo da revolução de Abril: desse período feito de múltiplos primeiros passos rumo a um Portugal justo, livre e solidário; desse período de notáveis avanços revolucionários, de históricas conquistas políticas, económicas, sociais, culturais, civilizacionais; desse período de início de construção de uma democracia de novo tipo, avançada, amplamente participada, em que a opinião dos trabalhadores e dos cidadãos era estimulada, ouvida e considerada; desse período que, porque foi ponto de partida para a edificação de um país novo, nos permitiu ver um pedacinho do futuro contido nos anseios e aspirações do povo português; desse período que, por tudo isso, constituiu o momento de maior modernidade da nossa história colectiva, o momento mais luminoso da História de Portugal.” (extraído do texto «Companheiro Vasco» do Jornal Avante de 17-6-2005).

O General Vasco Gonçalves faleceu a 11 de Junho de 2005. O seu funeral, arrastou para a rua um mar de gente, o povo saiu à rua para se despedir do «Companheiro Vasco». Quarenta anos passados sobre aquele período em que nos foi possível ver «um pedacinho do futuro», Vasco Gonçalves continuava a inundar os sonhos e o coração do nosso povo. E foi o povo que o elevou à mais alta dignidade que um militar pode esperar: General do Povo.